Texto desenvolvido por Taynara Nascimento do 6° período de Jornalismo para a disciplina de WebJornalismo ministrada pela professora Marilene Mattos.
Cada vez mais, mulheres são assassinadas e violentadas pelo simples fatos de serem mulheres. Paralelamente, aumentou o número de notícias sobre o assunto, o que pode motivar novas denúncias.
As notícias da editoria de polícia estão cada vez mais ganhando as páginas dos jornais diários. Por coincidência ou não, a violência também aumentou nos últimos anos. Segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social- SESP, o número de homicídios aumentou 35% nos primeiros meses de 2017. O Estado também lidera o ranking nacional de violência contra a mulher, com cerca de 9,4 homicídios para cada 100 mil grupos de mulheres.
Cada vez mais, mulheres são assassinadas e violentadas pelo simples fatos de serem mulheres, isso configura feminicídio. Boa parte dos homicídios contra a mulher ocorrem após uma série de crimes, como agressões verbais, físicas e sexuais. Diante das altas taxas de homicídio, tem se observado que as mulheres estão mais motivadas a denunciar.

O deputado estadual e apresentador de TV, Amaro Neto, é âncora do programa Balanço Geral, um jornal que tem uma duração de 2 horas e a grande maioria das matérias apresentadas aborda casos de violência. Para o apresentador do jornal, a constante divulgação dessas matérias, motiva as pessoas e encoraja as mulheres a fazerem denúncias. “Sempre fazemos um papel na televisão, de além de mostrar a reportagem, avisar a mulher que ela não pode retirar o boletim de ocorrência. Acredito que reportagens mostrando violência doméstica acabam ajudando a mulher a encarar este problema de perto e buscando uma solução por meio das autoridades”, ressaltou Amaro.
Segundo o psicólogo Ronaldo Marangoni, é muito sintomático pensar nos motivos que levam uma mulher sofrer agressão. “A violência contra mulher faz parte do contexto histórico e cultural que vivemos sendo fruto de uma sociedade extremamente machista, que coloca a ideia que a mulher é posse de um homem”, afirma o psicólogo.

A Juíza Hermínia Maria Silveira Azoury, responsável pela Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar, ressalta soluções para acabar com este cenário. “A mudança de cultura só se dá com políticas públicas eficazes. A lei da Maria da Penha, com as medidas protetivas, teve um grande avanço, mas se não for aplicada novas políticas, o agressor vai continuar se aproximando da vítima após a denúncia”, diz a Juíza.
A violência doméstica tem sérias consequências para a saúde física e mental. Mulheres que sofrem abuso tornam-se mais aptas a sofrerem de depressão, ansiedade, sintomas psicossomáticos, problemas de alimentação e traumas sexuais. E na maioria das vezes, o agressor é o homem com o qual elas mantêm – ou mantiveram – um relacionamento amoroso. Muitas mulheres que sofrem agressão chegam inclusive a cometer suicídio.
Serviço
Ligue 180: Central de Atendimento à Mulher
Funciona de segunda a domingo
24 horas por dia
Ligação gratuita