A lei não é para todos no “filme da Operação Lava Jato”

O filme Polícia Federal – A Lei É para Todos, pensado pelo cineasta Marcelo Antunez, está em cartaz desde 7 de setembro e mostra (tenta) como surgiu a Operação Lava Jato 

operação lava jato
Marcelo Serrado interpreta o juiz Sérgio Moro e Ary Fontora interpreta o ex-presidente Lula / Via divulgação

A história é contada pela perspectiva da Polícia Federal, desde o início da operação em 2013 até a condução coercitiva do ex-presidente Lula, em 2016. O filme começa com frases clichês para explicar a origem da corrupção no Brasil colônia. “A corrupção chegou aqui junto com as caravelas” e “o sistema é feito para não funcionar” abriram a história.

Essa é primeira produção de uma trama composta por três filmes e a segunda promete continuar da condução coercitiva de Lula até os acontecimentos atuais. O segundo já está sendo idealizado e o cineasta conta que a agilidade na produção é para que os filmes sejam lançados “antes que a história fique velha”, garante Antunez. 

Exageros

O filme começa na caça ao doleiro Alberto Youssef, os delegados e investigadores da Polícia Federal são colocados como heróis de forma exagerada e desde então ficou claro que um acusado específico ganharia mais destaque que outros.

Em um determinado momento da história, parte do filme era composta por machetes de jornais com confusões antigas e em outro momento, animações sobre a origem da corrupção nos tempos do Brasil colônia.

Após a prisão de Youssef, a outra peça que completava o quebra cabeça da corrupção era o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, achado por ter recebido um simples carro de presente do doleiro avaliado em 250.000 reais, que foi preso.

O final do filme é dedicado a falar sobre as acusações contra o ex-presidente Lula, interpretado pelo ator Ary Fontoura que não agradou a critica com a forma como representou o petista na trama. O fim do filme me causou um certo estranhamento porque a maioria das acusações feitas ao ex-presidente ainda estão passíveis de julgamentos, porém ainda não há judicialmente uma condenação. O áudio entre Lula e Dilma que foi liberado de forma injusta pelo juiz Sérgio Moro ganha mais destaque que outros fatos.

O que você não vê no filme

A reação do juiz Sérgio Moro ao grampo da conversa entre Lula e Dilma. 

O episódio em que Moro libera trechos de uma ligação entre Lula e Dilma, em 16 março de 2016, dia em que o petista foi anunciado ministro da Casa Civil. O filme interpreta a conversa como estratégia dos ex-presidentes para garantir foro privilegiado a Lula. Moro foi repreendido com críticas pelo ministro Supremo e relator da Lava Jato Teori Zavascki, por divulgar um áudio que poderia causar suspeitas à ex-presidente Dilma.

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