Café e suas tradições

Texto escrito pelas alunas Mikaellen Volkers e Nathália Cerri para a disciplina de Webjornalismo, ministrada pela professora Marilene Mattos.

O café da manhã tem ele no nome. Não por acaso. O café é uma das bebidas preferidas do brasileiro e está presente na vida da maioria das pessoas. Arábica ou Conilon. Expresso ou coado. Em casa ou na cafeteria. Não importa como, o café faz parte da cultura e da economia do Brasil desde que chegou ao país, em 1727. Segundo o estudo Tendências do café 2010 , feito pela Associação Brasileira de Indústria do Café (Abic), o consumo regular da bebida empata com a água.

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Segundo estudos, 97% dos brasileiros adultos tem o costume de consumir o café em algum momento do dia. Dentro desses consumidores, a maioria consome o café feito no filtro, seguido pelo café solúvel, cappuccino instantâneo e pelo café expresso. O capixaba, seguindo o costume brasileiro em geral, também não abre mão da bebida. Muitas pessoas até afirmam que o dia só começa depois de tomar um café. E, ao chegar à casa de alguém, a bebida oferecida muitas vezes é o famoso cafezinho.

Costume

Ele está presente no café da manhã, da tarde e durante todo o dia. Mas será que o café é um costume individual ou faz parte da cultura brasileira? A psicóloga Fabiana Colodetti explica que o costume pode ter começado individualmente, mas quando se torna coletivo, pode ser considerada uma cultura.

Não é só o café, é toda a cerimônia do café. Envolve o sentar a mesa, o pão, o queijo, nesse costume está incluso várias coisas”, comenta.

Segundos estudos da Associação Brasileira de Indústria do Café (Abic), o principal motivo para iniciar o consumo de café é o hábito/ tradição. A aposentada Regina Costa é um exemplo desse costume ligado à bebida. “Quando eu estou mal, me sentindo meio triste, já sei o que está faltando: o café”, diz.

História

O café tem adeptos no mundo inteiro. Aqui no Brasil a história da bebida começou em 1727, quando chegou ao norte do Brasil, em Belém. Encontrando condições climáticas ideais, o cultivo dos grãos se espalhou rapidamente, modificando a economia do país e a cultura das pessoas, que passaram a consumir o fruto do cafeeiro como bebida.

Mas a ideia de tomar café nasceu na cultura árabe, antes disso a fruta era consumida fresca. Os árabes começaram a preparar uma infusão, fervendo o fruto na água, em 1000 d.C. Já a bebida como conhecemos, que passa por um processo de torrefação, teve início no século XIV. De lá para cá, a bebida tornou-se cada vez mais comum e mais presente no mundo todo.

 

 Vilão ou mocinho?

Ao longo do tempo o café já foi considerado bom e ruim para a saúde, ainda havendo contradições. O lado bom é que os benefícios parecem superar os malefícios, principalmente para quem não tem restrições. Conhecido por incitar a atenção, deixando as pessoas mais preparadas para cumprir as tarefas do dia a dia, os benefícios do café vão desde oferecer ânimo até ajudar na memória de longo prazo.

A nutricionista Damylle Bueno afirma que uma xícara de café é o bastante para oferecer ânimo para o restante do dia, mantendo as pessoas dispostas e ajudando a tirar o sono.

O café nos torna mais sociáveis, porque é antidepressivo, estimula o sistema nervoso central e aumenta a produção de neurotransmissores no cérebro, como serotonina, dopamina e noradrenalina”, explica.

Ainda segundo a nutricionista, vários estudos sobre o café estão associando a bebida à diminuição da depressão, especialmente em mulheres, e à redução da chance de alguns tipos de câncer, como o de fígado. Mas, outros aspectos sobre a bebida devem ser levadas em consideração, principalmente para aqueles que consomem uma grande quantidade.

Outro lado

Quem tem doenças gástricas, por exemplo, deve tomar cuidado. O café é um dos alimentos que compromete a mucosa do esôfago e do estômago, portanto, quem tem refluxo deve reduzir ou eliminar o consumo. “Devemos substituir o café nesses casos. A pessoa pode optar por chás, porém até mesmo chás podem trazer problemas. Mas, com cuidado na escolha do chá e volume que se ingere dá para fazer uso”, alerta Damylle.

Outro cuidado é com o colesterol. A nutricionista explica que o caveol e cafestol presentes no café, podem elevar os níveis plasmáticos de Colesterol. Mas para evitar é simples.

Prefira o consumo dos cafés que são feitos em filtro de papel, pois as substâncias não vão ultrapassar essa barreira. Logo, o café expresso ou de cafeteiras não devem ser consumidos com frequência por não passarem por esse processo de filtração.”

Em todos os casos o café orgânico é a opção mais saudável. Produzido sem a utilização de fertilizantes químicos e agrotóxicos, que podem prejudicar a saúde, a nutricionista afirma: “O café orgânico é melhor, pois como as pessoas tornam seu consumo regular essa característica se torna essencial”.

Apaixonados por café

Para algumas pessoas, beber café vai além de um costume, passa a ser uma paixão. Eles podem ser chamados de “Coffee Lover” e movimentam o mercado de café. Alguns buscam produtos mais elaborados e locais especializados na bebida. Outros possuem suas próprias máquinas de café e consomem grande quantidade por dia. De qualquer forma, o café para eles é mais do que somente uma bebida.

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Além de uma bebida, para algumas pessoas o café é um hobby e uma paixão

O estudante Hugo Ferreira Mauad, 23, é um desses apaixonados. Todos os dias chega a beber mais de seis xícaras de seu café preferido, o expresso. A influência veio do pai, que também busca entender e estudar o café. “Ele sempre prezou por cafés de qualidade, cafés especiais, e quando eu tinha uns 17 anos tomei gosto”, conta Hugo.

Da paixão, nasceu a ideia de fazer uma página nas redes sociais para falar de café. O projeto Fuscafé, que Hugo divide com um amigo, possui fotos e frases relacionados à bebida, demonstrando todo o amor e tendo como objetivo disseminar a cultura de beber café. “O café é um hobby, assim como algumas pessoas cervejas artesanais e vinhos”, diz.

Gustavo Coutinho, 43, é outro apaixonado por café. Ele conta que sempre gostou de café, mas seu interesse aumentou após o crescimento de ambientes de Cafeteria no Estado. “O ambiente de cafeteria me seduziu. É um lugar com música e um bom bate papo. E por frequentar cafeterias eu comecei a experimentar cafés diferentes”, conta.

Hoje ele possui três máquinas de café expresso em casa e ainda assim mantém o hábito de frequentar cafeterias. “Virou um hobby procurar cafés de diferentes nacionalidades, experimentar, ver a diferença. Comecei a me interessar e a tentar descobrir aromas e gostos diferentes”, relata Gustavo que elogia o café brasileiro. “Somos privilegiados no Brasil, temos aqui talvez um dos melhores cafés do mundo”, opina.

Cafeterias: Cafés dos mais variados tipos

As cafeterias que associam um bom café a um ambiente de música e aconchego atraem consumidores. Elas unem o prazer de tomar café com o prazer de frequentar um bom local. Os tipos de cafés servidos são especiais e dos mais variados tipos. Cappuccino, Mocha, Expresso, Macchiatto, é só sentar e escolher.

Alguns exemplos dessas cafeterias em Vitória são o Café Bamboo, na Praia do Canto, famoso por seu pão de queijo recheado, decoração especial e pelo seu café expresso com Nutella. A Carnielli Cafeteria e Delicatessen, na Enseada do Suá, que além dos cafés, oferece outras delícias produzidas direto da fazenda da família Carnielli, em Venda Nova do Imigrante. E a Coffeetown, onde o destaque é o Red Velvet, bolo vermelho com cream cheese.

A Kaffa Cafeteria, em Jardim da Penha, foi uma das primeiras cafeterias especiais do Estado, criada em 2010. “A proposta é oferecer cafés especiais, experiências com café e um lugar pra relaxar, com música boa tocando, clima bom e comidas que também agregam”, diz o proprietário do local, Vagner Benezath.

A Kaffa oferece cappuccino italiano, chocolate quente, e até drinques, licores e cachaça à base de café, além disso tem sanduíches e tortas como acompanhamento. O café mais consumido, segundo Vagner, é o expresso. “O mais incomum é o cold brew, um método que o café vai em infusão de água fria por um longo tempo, aqui fazemos em 24h, extraindo uma bebida com menos acidez e menos cafeína”, destaca.

Essas cafeterias prezam pela decoração e por fazer um ambiente propício ao encontro e conversa, além, é claro, de ideal para saborear cafés diferentes. Afinal, ao que parece, café, para muitos, deixou de ser apenas uma bebida. “Café é aroma, sabor, corpo, acidez, mas também é encontro, conversa, relaxamento, energia e nos remete a bons momentos”, comenta Vagner.

Serviço:

 Café Bamboo:
Onde: Rua Afonso Cláudio, 254 — Praia do Canto, Vitória
Horário de funcionamento: de segunda a sábado, das 10 às 21 horas
Telefone: (27) 3315–9204

 Carnielli Cafeteria e Delicatessen
Onde: Rua Licínio dos Santos Conte, 51 — Enseada do Suá, Vitória
Horário de funcionamento: de segunda a sexta, das 9 às 20 horas e sábado das 9 às 19 horas.
Telefone: (27) 3014–1533

 Coffeetown — The American Coffee Cake
Endereço: Rua João da Cruz, 370, Praia do Canto, Vitória
Horário de funcionamento: de terça a domingo, de meio dia às 20 horas. Telefone: (27) 2142–9702

 Kaffa Cafeteria
Onde: Rua Darcy Grijó, 50, lojas 03 e 04 — Jardim da Penha, Vitória
Horário de funcionamento: de segunda a sexta, das 8 às 21 horas.
Telefone: (27) 3227–3106

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