O oriente nunca esteve tão próximo. Além dos animes e mangás, animações e quadrinhos japoneses respectivamente, o que também tem feito muito sucesso entre os jovens é o K-Pop, abreviação de pop coreano. Da mesma forma que os animes e mangás conseguiram conquistar o ocidente o K-Pop ganha visibilidade e cada vez mais consegue consolidar o seu lugar na indústria fonográfica e nos grandes nomes da música pop da atualidade.
O K-Pop é um fenômeno mundial que não para de crescer. Um exemplo disso é a participação do grupo BTS no VMA, a grande premiação mundial da MTV norte-americano, em 2017. Além de terem sido o primeiro grupo coreano a se apresentar em uma premiação ocidental o BTS foi também o primeiro a ganhar um prêmio internacional. Também em 2017, o grupo ganhou o Top Social Artists, da Billboard. A participação e a vitória do BTS tanto é um reflexo do crescimento do K-pop como também um divisor de águas para o aumento da popularidade do estilo musical. O reconhecimento internacional o é sem dúvidas muito importante para uma maior visibilidade da música coreana.

História
O K-Pop moderno surgiu há cerca de 20 anos como uma forma de reforçar o Hallyu, movimento de expansão cultural da Coréia do Sul, tanto na própria Ásia quanto fora dela. O Hallyu é uma junção de vários elementos da cultura coreana como música, moda, tecnologia, filmes, novelas, jogos e animações.
Assim como o Hallyu, a influência do K-Pop vai muito além da música. Ele se estende para a moda e o comportamento. Há grupos e comunidades voltadas à fãs do gênero e é muito comum que estes se inspirem na forma de se vestir e se comportar dos membros de seus grupos favoritos.

Projeção internacional
A ascensão das redes sociais, principalmente do YouTube, e das plataformas de streaming, contribuiram para o aumento da popularidade do K-Pop no ocidente. Além do já citado BTS há muitos outros cantores e bandas que tem feito muito sucesso fora da Coréia. Um exemplo é a cantora CL, ex-integrante do grupo 2NE1, que já teve singles e álbuns lançados fora do circuito oriental e está nas paradas de sucesso internacionais.
Economicamente, o K-Pop é uma indústria que movimenta milhões de dólares, contribuindo inclusive para a economia sul-coreana. Um dos objetivos do K-Pop é divulgar e vender a cultura coreana pelo mundo fortalecendo assim a economia local. Essa estratégia pode ser vista através do aumento da popularidade de grifes de roupas e cosméticos, por exemplo, que tão associadas a grupos de grande sucesso.
K-pop no Brasil e no Espírito Santo
No Brasil, não é diferente do resto do mundo. Eventos entre fãs e apresentações de grupos coreanos são cada vez mais comuns por aqui. Há também um aumento de grupos e bandas covers ou inspiradas nas coreanas, que reproduzem não apenas as danças e as músicas como também o lifestyle oriental.
Jessica Monteiro, estudante do quinto semestre do curso de Publicidade e Propaganda da FAESA, começou a ouvir K-pop em 2014 por causas dos doramas, como são conhecidos as novelas da Coréia do Sul. Hoje, ela produz encontros gratuitos entre fãs e festas de pop coreano. A estudante relata que de 2016 a 2018 o número de fãs que frequentam os eventos dobrou e que a previsão é de crescer ainda mais. “A popularidade do BTS não é uma brincadeira”, afirma Jessica.

A música e os idols
Jessica acredita que o K-Pop seja a junção de todos elementos que deram certo no pop ocidental. Os produtores buscam unir o melhor do pop ocidental com a cultura oriental para criar algo novo e atrativo. Por isso, muitas vezes é possível encontrar no K-Pop uma mistura de estilo que vão do hip-hop ao bubblegum pop. Os clipes são cinematográficos e sempre muito bem produzidos, o que também ajuda a atrair mais fãs pelo mundo.
Além disso, a disciplina característica dos países orientais contribui na formação da imagem do artista de K-Pop, conhecidos pelos fãs e pela indústria como idols. Um dos fatores relacionados a preservação da imagem dos idols é o fato do público ser predominantemente jovem e adolescente.
A construção da imagem de um idol é bem diferente da de um ídolo convencional. Os idols têm a noção de que a imagem é tudo, então, têm todo um cuidado para eles não se envolverem em escândalos e polêmicas. Eles vendem a perfeição e focam muito na carreira profissional, enquanto os artistas ocidentais têm uma liberdade maior para mostrarem o seu lado pessoal.

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