Sociedade é manipulada pela disseminação de Fake News

Texto escrito pelos alunos Bárbara Lima, Breno Saade e Manuella Santos para a disciplina de Laboratório Experimental de Comunicação Integrada, ministrada pela professora Marilene Mattos.

Uma mentira repetida mil vezes pode acabar se tornando verdade? Essa é a principal questão quando se trata de fake news. As notícias falsas que são disseminadas diariamente pela internet, por sua capacidade de proliferação por meio de compartilhamento, acabam se tornando verdadeiras, podendo influenciar toda uma sociedade e até o resultado da eleição presidencial de um país.

Para o jornalista e professor universitário Fabiano Mazzini, as fake news se tornam um problema quando os usuários não têm zelo pelo que compartilham.

No meu entender, o mais grave da fake news é porque as pessoas demonstram total descaso com algo que é muito importante para a sociedade moderna, que é a informação, sobretudo a informação verdadeira”, contou.

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A maior vítima das fake news é a própria sociedade / Charge de João Montanaro, Folha SP 19/3/2018

Influência direta nas eleições

Este ano acontecerá a eleição presidencial no Brasil e a grande massa populacional não sabe o real impacto sobre o resultado que as notícias falsas podem trazer. Políticos e partidos usam as notícias inventadas como estratégias para manipular os eleitores contra seus adversários ou até a seu favor.

Um claro exemplo disso foi a eleição presidencial dos Estados Unidos em que Donald Trump utilizou o Twitter para disseminar notícias, independente de serem falsas ou não, cujo principal objetivo era alimentar uma população carente de informação por um “grande salvador”, que seria o atual presidente Donald Trump.

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A disseminação de notícias falsas pelo próprio Trump influenciou diretamente em sua vitória

Há uma grande preocupação da interferência das fake news nas eleições deste ano. O próprio TSE já pediu ajuda a ABIN  —  Agência Brasileira de Informação  —  que investigue a origem de notícias falsas que possam induzir o eleitor ao erro.

O professor universitário e especialista em análise de fake news Carlos Alberto Tourinho conta que as agências de fact-cheking também vão atuar com muito empenho, mas ainda assim o risco é imenso.

Uma questão importante que vem sendo discutida agora é que, mais do que os robôs, são os humanos quem mais podem influenciar outras pessoas. Os chamados influenciadores digitais têm grande responsabilidade neste processo”, conta.

Agência Lupa

O editor da redação multimídia do jornal A Gazeta Geraldo Nascimento afirma que é preciso que a população também seja informada a respeito desse problema.

Só assim será capaz de identificar e se esquivar desse tipo de lixo que confunde a opinião pública e atrapalha o desenvolvimento saudável da democracia”, conta o diretor.

Para quem consome notícias diariamente, principalmente por redes sociais, deve ficar atendo para não cair nas fake newsJornalistas também devem se manter em estado de alerta.

É preciso que aconteça a verificação; e de novo; e de novo. As fake news acabaram por demonstrar como é nociva a sua proliferação e, ao mesmo tempo, como se tornou fundamental mirar em produções jornalísticas comprometidas com a busca da verdade”, conta Geraldo.

O combate às notícias falsas

Com a nova rotina jornalística e a rapidez do consumo de notícias pela sociedade, está ficando cada vez mais difícil a checagem da veracidade dos fatos recebidos e veiculados pela própria população.

Com isso, cresceu a necessidade de maior apuração dos fatos antes da veiculação nos jornais. Grandes empresas como o Google, o Facebook e os próprios jornais já estão um passo à frente quando o assunto é checagem de fatos.

Em junho de 2015, o Google criou o First Draft Coalition (FDC), uma organização que tem como o objetivo principal combater a disseminação de notícias falsas. A plataforma recebeu o apoio do Twitter e do Facebook e atua tirando anúncios de sites que colocam conteúdos falsos ou inconscientes para tentar banir esses portais.

Tourinho explica que as agências de checagem de fatos surgiram a partir de uma necessidade do próprio jornalismo. “As agências de fact-cheking surgiram de uma demanda do jornalismo, que já não conseguem dar conta de uma tarefa tão volumosa”, disse o especialista.

O especialista ainda chama atenção para a quantidade de agências que atuam no trabalho contra as fake news e conta que esse número deve aumentar devido ao número de demandas que vem crescendo.

Em todo mundo, existem hoje 114 agências em 47 países. No Brasil, só existem 3 agências: Lupa, Aos Fatos e Truco. A tendência é crescer, inclusive aqui no Espírito Santo”, disse o professor universitário.

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O Senado Federal divulgou essa imagem mostrando como identificar notícias falsas / Imagem: Senado Federal

 

Já abordamos a questão da Fake News aqui no Faesa Digital, confira:

 

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