A professora Emília Manente promoveu, no início da semana passada, um encontro entre os alunos do terceiro período de Jornalismo e um dos editores da GloboNews, sediada no Rio de Janeiro. Celso Luís Carlos Júnior é ex-aluno da FAESA e topou bater um papo com os universitários, além de ter um tempo após a conversa para falar um pouco mais sobre a trajetória dele com a nossa equipe.
Celso sempre quis cursar Jornalismo, sem ter outra ideia de profissão a seguir. Desde criança, sempre falou que queria ser jornalista, tanto que até brincava de ser um. “Não tive dúvida quando fiz o vestibular e também não pensei onde eu faria o curso. Meu sonho era fazer Jornalismo, ponto final”, diz.

Ele conta que, durante a graduação de Jornalismo aqui na FAESA, fez o curso de residência da Rede Gazeta, pela décima turma do Curso de Residência em Jornalismo, e sempre foi o que quis fazer na vida dele. Depois de ser repórter da TV Gazeta, onde trabalhou no programa Em Movimento, Celso foi para a Rede Tribuna.
Na segunda empresa jornalística em Vitória, ele ficou quatro anos e meio como repórter do jornal A Tribuna, tendo realizado vários trabalhos em diferentes cadernos do jornal impresso. Deixou o emprego, viajou para o exterior e voltou para a capital espírito-santense, conquistando uma vaga para trabalhar na TV Vitória como pauteiro e produtor. Decidindo que não queria ficar em Vitória, Celso seguiu caminho para o Rio de Janeiro.
Já em terras cariocas, Celso chegou sem emprego, sem apoio familiar, já que ninguém da família dele atua na área de Comunicação, e saiu distribuindo currículos por todos os lugares que conseguiu. Até que, três semanas depois de chegar no Rio, arrumou um emprego em uma empresa de assessoria, que atendia empresas de médio e grande porte. Foi a primeira parada dele antes de ir para a Rede Globo ser produtor do programa Mais Você. Sim, Celso já trabalhou com a incrível Ana Maria Braga.
Substituindo alguém que estava de férias, o jornalista ficou três meses produzindo conteúdo para o programa matinal e logo se viu desempregado outra vez. “Eles não tinham vaga para me contratar e eu também sabia que a vaga era temporária”, comenta. Da Globo, Celso ficou um tempo desempregado e foi para outra empresa de assessoria, a Empresa Olímpica Municipal, durante a época das Olimpíadas 2016 no Rio.
Ao todo, o editor ficou nove anos entre empregos em diferentes empresas até conquistar uma vaga na GloboNews, onde está há um ano e meio. Lá, ele passou por todos os jornais do canal até chegar na equipe que está hoje, como editor de texto do Jornal das 16h, da jornalista Christiane Pelajo. “Ser um editor de texto é muito corrido, porque temos cerca de cinco repórteres na rua, enviando materiais diferentes para gente, porque é o editor quem faz a organização gráfica e coloca tudo no espelho para ir ao ar de acordo com o cronograma do jornal”, detalha.
Celso também comenta que um graduando precisa sair da faculdade escrevendo e apurando um texto muito bem. Além disso, os jornalistas precisam ser cada vez mais bem informados. “Aqui no Espírito Santo, os jornalistas têm autoestima baixa. Por um lado, capixaba tem cabeça fechada. Por outro, os universitários daqui têm toda a preparação para ser um profissional bom e diferenciado. Uma coisa que eu invisto muito é em viajar e isso traz um diferencial que é respeitado pelo mercado”, declara.
Até hoje, o editor considera que a maior dificuldade da carreira é acreditar no que cada pessoa quer e ir atrás daquele objetivo ao mesmo tempo em que ele enfrenta um desafio diário trabalhando na GloboNews: o de fazer jornal para a televisão. “Às vezes, tenho um dado e preciso transformar em um recurso visual e em um texto que seja bacana para a apresentadora ler e mostrar da melhor maneira para o telespectador”, explica.
Mas, para quem quer ser um jornalista apresentador na GloboNews, Celso já adianta: é um trabalho muito difícil! “Os jornais são longos, eles precisam estar preparados sobre todos os assuntos que eles precisam falar e as coisas mudam o tempo todo. Aqui, o poder de improviso é muito forte porque, algumas vezes, a gente ainda está digitando o que eles vão apresentar e eles não sabem o que vai ser”, esclarece.
Infelizmente, o editor também percebe que os jornalistas têm cada vez menos oportunidades dentro das empresas jornalísticas. Tem menos recurso financeiro e o jornal impresso visivelmente está cada vez menor. “As posições tradicionais nas redações estão cada vez mais escassas e as próprias redações estão menores. Ao mesmo tempo, você vê o mercado crescendo para outras áreas, como a assessoria e o jornalismo digital. É um mercado assustador”, declara.
Para Celso, a palavra do momento no Jornalismo é integração. “Antigamente, a gente evitava usar os vídeos que vinham direto da Globo porque tinham a logo deles, não com a da GloboNews. A gente costumava usar uma sonora ou outra porque não vinha símbolo algum. Hoje, já é mais comum usar o material porque está no arquivo, é mais compartilhado”, relata.
Além de bater um papo com os universitários e com a equipe do Faesa Digital, Celso aproveitou para matar um pouco da saudade que estava das professoras Emília Manente e Ana Meneguelli!