1968 e o Movimento Feminista

O Movimento Feminista não tem data específica para seu começo, mas muitos pesquisadores consideram que as mulheres começaram a se organizar para reivindicar seus direitos na Revolução Francesa, em 1789.

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Olímpia de Gouges, francesa considerada pioneira no Movimento Feminista

Considerada a primeira mulher que pensou nos direitos igualitários entre sexos, a revolucionária Olímpia de Gouges compôs, em 1791, uma declaração em que as mulheres e os homens possuíam direitos naturais idênticos, por isso elas tinham direito de participar da formulação das leis e da política, direta e indiretamente. Apesar de não ter sido aceita na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, Gouges é um símbolo representativo do feminismo democrático, que reivindicava os direitos igualitários de gênero.

Depois de Olímpia, muitas outras mulheres pensaram no Feminismo. Simone de Beauvoir foi uma delas, e ficou famosa por escrever “O Segundo Sexo”, em 1949, livro que tratava de uma análise detalhada da opressão das mulheres, além de redigir um tratado fundamental sobre o feminismo contemporâneo.

No Brasil, a potiguar Nísia Floresta foi a pioneira no movimento feminista. Ela nasceu em outubro de 1810, e fundou a primeira escola para meninas no Brasil. Nísia era ativista pela emancipação feminina e lutou não somente a favor das mulheres brasileiras, mas também para a educação de índios, pela abolição da escravatura e pela liberdade religiosa no país. Ela ainda tentou se alistar para votar, mas foi impedida pelo Império.

Somente em 1928 o voto feminino foi autorizado. Quem conseguiu o feito foi a potiguar Celina Guimarães Viana, em Mossoró, mesmo ano que a primeira mulher foi eleita para o cargo de prefeito. Alzira Soriano de Souza foi prefeita de Lajes, também no Rio Grande do Norte, porém ambos os atos foram anulados. Isso fez com que abrisse uma ampla discussão sobre os direitos das mulheres na sociedade brasileira.

O sufrágio feminino só foi concedido no Governo Vargas, em 1932. Um ano após, Carlota Pereira de Queirós é eleita a primeira deputada federal e integrou a assembleia constituinte dos anos de 1934 e 1935.

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Carlota de Queirós, primeira deputada federal no Brasil

Queima de sutiãs em 1968

Em setembro de 1968, cerca de 400 mulheres americanas se posicionaram em frente ao teatro que acontecia o concurso Miss América, em Atlantic City, Nova Jersey, para protestarem contra a  exploração comercial destinada às mulheres. As ativistas estavam dispostas a atear fogo em sutiãs, cílios postiços e saltos altos, porém o protesto foi impedido pela prefeitura. Apesar disso, a manifestação gerou inúmeras discussões da mídia do mundo inteiro. Em Berlim, Alemanha, as manifestantes aderiram a ideia e alcançaram êxito no protesto.

Por serem proibidas de atear fogo, as americanas decidiram enterrar os sutiãs, revistas femininas e saias num cemitério. Esse ato deu maior visibilidade ao movimento e colocou em pauta o machismo arraigado na sociedade.

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No Brasil

Durante a Ditadura Militar as mulheres sofreram ainda mais repressão, já que qualquer manifestação política era vista como ameaça à segurança nacional, e muitas feministas nessa época lutavam contra a ditadura. Elas tiveram um papel importante, tanto nas manifestações pacíficas quanto na Guerrilha do Araguaia – combate que ocorreu entre os estados de Goiás, Pará e Maranhão, às margens do rio Araguaia, onde os combatentes lutavam contra a ditadura militar.

A luta das mulheres brasileiras continua até os dias atuais. Agora não lutamos mais para ter direitos políticos e jurídicos, nossa luta é diária e contra os números assustadores de violência doméstica, cultura do estupro e o velho machismo, que ainda é algo bem comum.

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