Quem foi Chateaubriand?
O homem que fundou um império de comunicação no país
- Dono dos “Diários Associados” (criado em 1959): uma espécie de rede de veículos que abrangia jornais, revistas e estações de rádio. Em seu ápice, contou com mais de 100 mídias envolvidas. Hoje o grupo conta com muito menos ferramentas.
- Revista semanal “O Cruzeiro”: hoje considerada uma precursora da Veja, em que a temática principal abordada era a política. Uma curiosidade sobre o periódico é que foi pioneiro em trazer ilustrações.
- TV Tupi: descontente com tudo o que já compunha os Diários Associados, resolveu expandir para o mercado televisivo, criando a primeira emissora de televisão da América Latina. Neste momento o Brasil ainda era pré-industrial. Chateaubriand exportou 200 aparelhos televisivos para instalar em São Paulo. Existem rumores de que o chamado “cidadão Kane brasileiro”, inspirado na figura do magnata da imprensa norte americana, teria chantageado empresas que não anunciassem em sua emissora.

- Ingressa na Academia Brasileira de Letras (1954), tendo sucedido Getúlio Vargas na mesma posição que passou a ocupar. Confiram um trecho de seu discurso de posse:
Acredito que a Academia me elegeu como quem busca uma natureza de equilíbrio para tirar o demônio, que há mais de cinquenta anos ronda esta cadeira. De quantos pecados, cometidos em minha longa carreira de jornalista, não me penitencio agora! Espero que a ordem, uma ordem objetiva, venha imperar, daqui para diante, no posto que ocupo, em vossa Companhia. A barulhenta memória dos que aqui se sentaram será compensada por uma tranquilidade de lago suíço, à qual me vejo recolhido, na fraternidade das aspirações, que comungo com a Academia e seus leais servidores. Tende a certeza de que trouxestes para o vosso grêmio uma índole da Regra e do Método, disposta a proscrever dos seus trabalhos, aqui dentro, como lá fora, o quanto não contribuir para acrescer o vosso cabedal de fidelidade e de observância às leis da ciência, das instituições, da vida, da sociedade e do céu. Está morto o último companheiro revolucionário, Getúlio Vargas. O pecado original do conspirador Gonzaga foi resgatado. Pela primeira vez, na história do mundo planetário, se elimina esse gênero de pecado. O mal cria o bem, digamos, em termos goethianos. Desse bem, recuperado, sou o primeiro beneficiário. Aquele que cai morto pelas próprias mãos, em virtude de um ideal, propicia, com seu sofrimento, uma integração nossa, num plano superior de espiritualização“.