Da série Influenciadores Digitais
“Nesse nosso mundo virtual tem tanta coisa igual, tanta gente se imitando e forçando que para me ganhar como seguidora um influenciador tem que ser natural”, é o que diz Bryce Caniçali, 34 anos, empresária, musa do carnaval capixaba e influenciadora digital. E de acordo com o Portal YouPIX, especializado em cultura da internet, a ex-rainha de bateria não é a única que pensa dessa forma.
Segundo a pesquisa Influencers Market 2016, produzida pelo site, existem várias características que diferenciam o influenciador das pessoas comuns e das demais celebridades da mídia. A capacidade de ser espontâneo na relação com o público é uma delas, motivo do sucesso de inúmeras personalidades como Whindersson Nunes, Júlio Cocielo e a youtuber carioca Júlia Tolezano, conhecida como ‘Jout Jout’. Não ter essa e outras habilidades, porém, pode representar um desafio enorme a quem deseja investir nessa profissão.

Para Isabella Arruda, dona do Hiperglicemia, a facilidade em se comunicar é aspecto essencial para um influencer. “Precisa ser uma pessoa que tenha conhecimento e saiba se expressar. Deve ser também um constante curioso e se manter informado, ampliar rede de contatos e ter boa relação com outras pessoas”, define a digital influencer capixaba.
Falsidade

A não-veracidade dos números alcançados também interfere no resultado. De acordo com Isabella, é comum ver pessoas desse meio usando serviços de compra de seguidores para exibir valores altos — e irreais — de espectadores de forma mais prática a quem procura investir no segmento. Mas, segundo ela, a tática não funciona quando a questão é engajamento, pois esses sistemas utilizam perfis falsos que geralmente não curtem e nem comentam as postagens. “Não existe influência para seguidor fake. Então, para se atribuir credibilidade, é preciso observar o quanto o público interage e gosta do conteúdo”, alerta.
A ausência das características essenciais, a utilização de truques que acabam não se refletindo em sucesso e a ideia de que tudo é muito simples podem ser os motivos da frustração de grande parte dos que tentam e não conseguem emplacar no meio.
Se passa uma falsa ideia de conseguir fama e glamour de uma forma fácil. Como se dar opinião na internet, colocar o que pensa, ter talento para demonstrar as coisas fosse transformar alguém automaticamente em uma celebridade. Não é bem assim”, assinala Elaine Bello Bonorino, especialista em Comportamento Humano.
Mas para os que ainda assim querem insistir, ela dá a dica: “dificilmente quem não investe em conhecimento vai conseguir manter esse canal de informação”, assegura a psicóloga. Para ela, o influenciador precisa estar preparado e ter bagagem suficiente para lidar com a exposição, a raiva de seguidores e ser capaz de sustentar as ideias que defende.