Amado por muitos e temido por outros tantos alunos da Comunicação Social da FAESA, William de Oliveira, cujas semelhanças com o Gru de Meu Malvado Favorito não deixam enganar sua natureza, é professor e também coordena o TV FAESA. Apesar do rigor que exige de seus pupilos, o jornalista se desmancha ao perceber o brilho no olhar de estudantes que realmente se identificam com o curso.
E nesta coluna serão abordadas as sugestões dele, professor do curso de Jornalismo nas disciplinas de Linguagem Audiovisual e de Telejornalismo, e também responsável por ministrar a matéria de Produção e Direção Audiovisual para o curso de Publicidade e Propaganda. Com atuação desde 1982 como repórter cinematográfico, diretor de fotografia, produtor e diretor, William conta com um currículo recheado e ótima bagagem para puxar a orelha dos alunos enquanto operam equipamentos de filmagem e editam vídeos no Adobe Premiere.
Livro
William, ou Will como é popularmente chamado, aprecia uma boa leitura e deixa mais de uma recomendação para essas férias: o Cidade Partida, de Zuenir Ventura, que é um livro reportagem que retrata a desigualdade social no Rio de Janeiro e Olga, de Fernando Morais, o qual conta a história da alemã Olga Benário, esposa de Luís Carlos Prestes.

“Cidade Partida fala da história da chacina de Vigário Geral e trata também do Rio de Janeiro como uma cidade dividida, entre a favela e o asfalto. A obra mostra esses lados da cidade, com a diferença social gritante e absurda, que muitas cidades no Brasil têm. E o melhor é que o faz de uma forma jornalística, com um texto muito bem feito, muito bem apurado. É uma leitura muito agradável”, comentou o docente.
Filme
No tocante aos filmes, Will entende bem do assunto e é claro que ele sairia do lugar comum. Prova disso é a indicação de um filme composto apenas de imagens, sem locução ou atores. Este é o “Baraka“, dirigido por Ron Fricke. “É um filme que já usei bastante nas minhas aulas. É uma obra que dá a volta ao mundo com imagens maravilhosas. Como estamos muito acostumados com filmes com diálogos, este é apenas visual e isso se torna muito interessante, principalmente para quem gosta de fotografia e da mensagem que a imagem passa. Sempre que posso assisto novamente, porque sempre encontramos uma nova perspectiva ao assistir”, acrescentou o mestrando.
Outro filme altamente recomendado por ele foi Bye Bye Brasil, do alagoano Cacá Diegues, diretor bastante admirado por William. A película explora as várias regiões do país e conta com boa narrativa e elenco. “É bem legal e acho que a gente deveria ver para conhecer um pouco desses Brasis que existem dentro do nosso país. Tem uma trilha sonora muito boa, com Chico Buarque. Vale à pena ver tanta coisa boa nesse momento em que o Brasil vive tanto do que não merece passar”, refletiu o professor.
Série
William até sugere mais de uma série, como 3% e Narcos, mas se empolga mesmo falando de Black Mirror, responsável por abordar a tecnologia de forma crítica e curiosa.
É a ciência tecnológica influenciando a nossa vida. E a série exacerba um pouco dessas coisas que estão acontecendo, por exemplo, com os likes, em que muitas pessoas parecem viver em função disso. Aborda o que está acontecendo e que são coisas um pouco futurísticas mas que, ao mesmo tempo, já estão por aí. Talvez não nas proporções que o Black Mirror coloca, mas são discussões interessantes acerca desse mundo de tecnologia em que a gente vive e que não sabe muito bem para onde vai. Eu acho que a série traz um excelente debate“, concluiu William de Oliveira.
Revista

A Super Interessante é a dica do professor por trazer curiosidades e questões relacionadas à ciência e à tecnologia, abordando algo parecido com os bastidores das descobertas.
Dicas para a Profissão
“Seja ético na vida que automaticamente será na profissão” é a recomendação maior do jornalista e cinegrafista.

Com relação às dicas de profissão, acho que ser um cidadão ético é o que faz um profissional ético. A ética no Jornalismo é a ética que lida com informação, como informar bem as pessoas. Ter cuidado com esse aspecto é importante principalmente nesse mundo em que a informação não está mais só nas mãos do jornalista. O profissional precisa garantir que é a pessoa que tem mais credibilidade ao falar ou publicar algo. É preciso não permitir que seu ponto de vista se sobreponha ao fato apurado. Esta é uma postura ética”, dissertou de modo engajado.
Um profissional de referência

Ao escolher os profissionais de referência para ele, não conseguiu desviar de grandes nomes na televisão, já que esta é a sua área. O primeiro citado foi Ernesto Paglia, marido de Sandra Annenberg, que, segundo William, é um homem de bom caráter, competência e humildade. Outra figura ilustre mencionada foi Sandra Passarinho, uma mulher pioneira no telejornalismo e primeira correspondente da Globo na Europa, até hoje atuando com textos maravilhosos.
Uma inspiração para a sua disciplina
O Gru, ops… William, deixa claro o que o inspira. E isso fica evidente para qualquer aluno que inicie o contato com alguma das disciplinas ministradas por ele. “Gosto mesmo é da empolgação dos alunos expressa no brilho do olho de cada um”, sendo que William adora perceber o interesse real do estudante em ir além, em querer aprender cada minúcia e em querer desafiar o professor a fazer uma aula cada vez melhor.
Momento histórico marcante

Assim como a professora Emília Manente expressou, William de Oliveira também se deixou marcar pelas Diretas Já. Em especial por ter estado lá no olho do furacão. “Tenho orgulho disso. Eu estava no Congresso e já trabalhava na época, depois frequentei Comícios, acompanhei as eleições de Tancredo, pude acompanhá-lo em duas viagens pelo país, observar de perto um candidato a presidente e isso foi muito interessante para mim enquanto indivíduo”, finalizou do jeito que gosta, com os olhos brilhando.