Você já ouviu falar em acessibilidade? Um dos fundamentos básicos da acessibilidade diz respeito à oportunizar que pessoas com deficiências ou mobilidade reduzida participem de atividades que incluem o uso de produtos, serviços e informação.
Na questão da mobilidade, acessibilidade é a possibilidade que determinados espaços oferecem para que sejam eliminadas as barreiras que dificultam o ir e vir de qualquer pessoa com algum tipo de dificuldade na locomoção. Para melhorar o ir e vir de qualquer ser humano, os prédios públicos devem possuir rampas de acordo com as normas de acessibilidade e as calçadas também devem seguir esse padrão.

Existe uma norma da ABNT que explica quais são as dimensões corretas para a acessibilidade em lugares públicos. Essa norma é desenvolvida pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) que possibilita que as pessoas com algum tipo de deficiência vivam com independência.
“Acessibilidade é um atributo essencial do ambiente que garante a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Deve estar presente nos espaços, no meio físico, no transporte, na informação e comunicação, inclusive nos sistemas e tecnologias da informação e comunicação, bem como em outros serviços e instalações abertos ao público ou de uso público, tanto na cidade como no campo.” Norma desenvolvida pela SDH/PR
O termo não é só usado em lugares com rampas ou elevadores. A acessibilidade também está presente no acesso a informação para pessoas surdas, cegas e com outros tipos de deficiência. A acessibilidade de informação é importante para que as pessoas que possuem algum tipo de deficiência possam compreender o que acontece ao seu redor, desde o anuncio na televisão com auto descrição e libras, até a utilização de braile, sistema de escrita tátil utilizado por pessoas cegas ou com visão baixa, para se informar sobre algo escrito.
Mas a infraestrutura de lugares públicos é algo que preocupa os portadores de necessidades especiais. Lugares antigos por exemplo tem acesso com muitas escadas, o que dificulta o livre acesso de pessoas com mobilidade reduzida.
Esse problema existe porque antigamente as pessoas que tinham algum tipo de deficiência eram consideradas pela sociedade como incapazes e passavam suas vidas trancadas em casa sem ter acesso à educação ou o simples ato de ir e vir.

Direitos
Hoje esse assunto está ganhando destaque porque essas pessoas que antigamente eram excluídas da sociedade estão lutando por seus direitos e procurando realizar atividades “normais” do dia a dia de qualquer ser humano. Para reparar essa visão da sociedade sobre esses indivíduos as faculdades e escolas públicas tem programas de inclusão para incentivar as pessoas com deficiência a estudar. Procurando assim que elas participem mais da sociedade e que um dia possam se inserir no mercado de trabalho. Muitos dos editais do Governo possuem vagas destinadas a esses indivíduos. De acordo com a RAIS 2016, aproximadamente 430 mil deficientes tem emprego, isso equivale a 1% dos vínculos empregatícios do país.
O Brasil tem uma lei que oferece vagas de empregos destinadas para pessoas com deficiência. Essas vagas tem como sigla PCD, que significa Pessoa com Deficiência. A Lei de Cotas para essas pessoas no mercado de trabalho tem 26 anos e ajuda quem quer entrar no mercado de trabalho. Ela determina que empresas que possuem entre 100 e 200 empregados devem garantir 2% das vagas para beneficiários reabilitados e pessoas com deficiência e esse número varia de acordo com o total de empregados, chegando a um máximo de 5% caso haja mais de 1001 funcionários.
Outra forma de auxilio do governo são as vagas em lugares públicos nas ruas destinadas a idosos e pessoas com Mobilidade Reduzida. Na cidade de Vitória a utilização dessas vagas requer uma credencial fornecida pela prefeitura.
Faculdade
A FAESA Centro Universitário tem realizado um movimento para melhorar o acesso à infraestrutura da instituição, a instalação do elevado externo no bloco 3 é um exemplo disso. Outras melhorias estão em andamento para deixar o nosso campus mais acessível.
Centro de Vitória
Um exemplo de lugar onde a acessibilidade é muito precária é o Centro de Vitória. A começar com as igrejas que quase não possuem acesso especial, impossibilitando que pessoas portadoras de necessidades especiais frequentem esses locais.

Outra dificuldade são as ruas do Centro que são íngremes e com calçadas mal estruturadas que impossibilitam o ir e vir de todos e dificulta o dia a dia dessas pessoas que procuram por uma autonomia maior e se locomover por qualquer lugar sem necessitar de ajuda.
Ruas da Cidade
O assunto mais complicado de se falar são as ruas e calçadas do estado. A Grande Vitória como um todo tem muitos problemas relacionados a isso. São calçadas esburacadas, desníveis para atravessar as ruas, postes no meio da calçada, bares com mesas e cadeiras fora da faixa de seu limite e muitas outras coisas.
Em contra partida, a prefeitura de Vitória iniciou um projeto em 2014 chamado Calçada Cidadã, que promove a acessibilidade para pedestres, exclusivamente pessoas com deficiência, idosos e gestantes. O projeto prevê a padronização das calçadas conforme as legislações municipais e federais.

A Calçada Cidadã tem uma faixa de percurso segura (plana, sem degraus, não escorregadias) e a de serviço, onde estão as árvores, postes e orelhões, essa parte também inclui o piso podotátil, para sinalizar aos cegos onde não podem andar.
Com isso mostramos que as dificuldades do portadores de necessidades especiais são enormes em sua locomoção, seja para estudar, trabalhar e até mesmo se divertir. Mas as instituições e a sociedade têm procurado melhorar a acessibilidade na cidade, denunciando lugares com buracos e degraus ou até mesmo padronizando suas calçadas.