Texto desenvolvido pelos alunos Ana Clara Nair, Daniela Esperandio e Gustavo Rodrigues.
A segunda edição do Culturalize aconteceu nesse sábado, dia 25 de agosto, no auditório Central da FAESA Centro Universitário. O projeto, que tem como função principal ampliar o repertório cultural dos alunos, teve a participação de convidados especiais, além de um sorteio de livros aos estudantes no final da cerimônia.

Os convidados falaram sobre temas diferentes, todos relacionados à cultura. Entre os palestrantes, estavam o professor mestre Emílio Rocha (FAESA), o professor pós-doutor Jorge Luiz do Nascimento (UFES), o maestro Helder Trefzger, a mestra Manuela Ferreira, a professora mestra Viviane Graminha, o professor pós-doutor Antônio Alves e a professora mestra Juliana dos Santos (FAESA).
O evento, que foi idealizado pela professora Juliana dos Santos e contou com a ajuda da professora Mirella Bravo para a produção e a organização do Culturalize, reuniu alunos dos cursos de Comunicação Social em um sábado um tanto animado e cheio de informação. O projeto ainda contou com os estudantes de jornalismo Heberton Silva e Kethllem Fantin como apresentadores.
“A ideia é promover encontros e criar uma cultura dentro do curso de Comunicação, dentro da própria FAESA. Que a gente tenha esses momentos de vir aqui para saber mais, não é só saber sobre a profissão, mas para além da profissão. Certamente um conceito a mais que você não sabia e passa a saber, você sai daqui e vê coisas diferentes na rua”, comentou Mirella.
O professor pós-doutor Jorge Nascimento falou sobre o rap e o hip hop, abordando a importância deles para a cultura. “Sai da periferia e chega no centro, mostrando que as periferias são centros de cultura”, ele disse sobre o rap. Além dessas artes consideradas marginalizadas, Nascimento também comentou sobre o funk e a questão contraditória que o abrange: só tem temas voltados para a violência, sexualidade e criminalidade. Porém, de acordo com Jorge, como essa forma de expressão vinda principalmente das periferias poderia ter voz se não fosse baseada em uma realidade deles? “A realidade é cruel. ‘O funk é violento, fica falando de bandidagem…’. Ué, gente, a sociedade é assim!”, ele argumentou.
Após a palestra de Jorge Nascimento, quem ganhou a atenção do auditório foi o maestro Helder Trefzger, junto com um grupo musical composto por 5 integrantes. Um contra-baixo, uma viola, um violoncelo e dois violinos deram mais charme ao evento quando passaram a ser tocados pelos musicistas. Trefzger disse que a música clássica muda com os anos, sendo completamente diversificada. Em relação à visibilidade desse gênero musical aqui no estado, o maestro disse que participa do projeto Orquestra nas Escolas, que leva a Orquestra Sinfônica do Espírito Santo a escolas públicas, mostrando aos alunos a beleza dessa arte.

O assunto seguinte foi abordado pelo professor mestre Emílio Rocha, profissional que atua na FAESA. Ele palestrou sobre o grafite e a pichação, comentando aspectos de cada um deles. Emílio deu seu ponto de vista sobre o grafite: “é uma arte que reflete o mundo em que nós vivemos”. Ele afirmou que pichadores são escritores, grafiteiros fazem arte e ambos deixam suas marcas nos muros. O professor mostrou seus trabalhos, as repercussões boas e ruins deles, além de ter falado da visão preconceituosa e atrasada das pessoas sobre o assunto. A pichação vem como protesto, por isso ela é raramente encontrada em cima de grafites. Acontece que, quando um grafite é apagado (como aconteceu em um dos trabalhos de Emílio), os pichadores atuam de forma a deixar sua indignação no muro onde o grafite ficava – o que reforça a relação entre os dois.
O professor Antônio Alves não esteve presente fisicamente no evento, porém, utilizou de recursos tecnológicos para passar a sua mensagem. Através de áudio, explicou um pouco sobre a cultura do cordel, afirmando que tal arte ”pulsa e dá identidade para as classes populares”. Em seguida, os alunos Natalia Vicente, Arthur Gabriel e Jaciele Simoura fizeram uma apresentação, recitando o lindo cordel Nordeste: Aqui é o meu lugar.

“Foi muito legal e empolgante. Eu e meus colegas estamos muito unidos e integrados. Ensaiamos ontem até às 22h da noite e todo o esforço valeu à pena. Deu aquele friozinho na barriga, aquele nervoso, mas depois foi bem bacana!”, disse Natalia, estudante do 2º período de jornalismo.
A mestra Manuela Ferreira contribuiu para o Culturalize falando sobre a identidade cultural, e comentou sobre a famosa moqueca capixaba, um símbolo para o Espírito Santo. Os alunos se envolveram bastante nas dinâmicas propostas, como a realizada por Manuela abordando o tema da nacionalidade. Para a estudante do sexto período de jornalismo Juliana Ramaldes, o projeto foi maravilhoso:
“Não esperava uma orquestra e teve uma orquestra. Completamente incrível, uma iniciativa muito legal da professora Juliana, que agora a professora Mirella entrou para participar. Eu acho que é muito importante os alunos da FAESA ampliarem o seu repertório, que é uma coisa que a gente precisa muito para trabalhar, para ter noção de realidades sociais que as vezes não temos”, comentou a aluna.
A professora idealizadora do Culturalize, Juliana dos Santos, amou o resultado dessa segunda edição e deu ênfase na importância do evento para o repertório dos alunos:

“O projeto nasceu de uma necessidade do colegiado de possibilitar que os alunos aumentem o seu repertório cultural por meio da discussão e apresentação de temas que colaborassem com isso. Às vezes você coloca, por exemplo, uma imagem de alguém e os alunos não reconhecem, não sabem quem é. Os alunos não gravam momentos históricos, e isso é muito ruim para a formação porque o jornalista e o publicitário precisam saber um pouco de tudo; precisam saber articular os conhecimentos”, comentou a professora.
O Culturalize foi finalizado com os sorteios de livros aos estudantes, e uma cantoria da canção Zen de Anitta, que animou todos os participantes em um karaokê comandado pelas professoras Juliana e Mirella.
TV Faesa
A TV Faesa fez a cobertura do evento pelo Universo Faesa, veja abaixo como foi: