No artigo do professor Wilson Gomes, professor da Universidade Federal da Bahia, publicado na Revista Compolítica, o doutor de Filosofia argumenta que as entrevistas eleitorais diretas das bancadas de telejornais são uma arena de competição entre jornalismo e política.
A entrevista política ao vivo, na maioria das vezes é um embate entre o Jornalista e o político entrevistado. No Brasil, tornaram-se comuns, em anos eleitorais, as entrevistas a candidatos transmitidas diretamente das bancadas dos telejornais, dos noticiários de rádio, dos programas de entrevistas de rádio e de televisão.
Nesses espaços os telespectadores são representados pelo entrevistador que faz vários tipos de perguntas e argumentações sobre o projeto de governo que o candidato está propondo. As entrevistas abordam diferentes temas, tais como: infraestrutura, economia, saúde, segurança, educação, saneamento, etc.
A imprensa tem o papel de informar a população sobre a realidade dos fatos. Tendo em vista as “famosas” propagandas eleitorais e propostas de governo, na qual a equipe do candidato coloca o que acha ser relevante para a população conhecer nos meios de comunicação para que isso se propague. As promessas existem, mas fica na responsabilidade do eleitor de pesquisar o que é possível ou não ser cumprido.

O jornalismo apura, questiona, e procura demonstrar a verdadeira face do candidato e quais são os pontos positivos e negativos de suas propostas, esclarecendo para a sociedade que tipo de candidato e qual o tipo de ideologia que prega o postulante. Atualmente temos a invasão da internet e dos smartphones que colaboram com a disseminação das informações, sejam elas verdadeiras ou as falsas notícias, conhecidas como “Fake News. São as informações noticiosas que não representam a realidade, mas que são compartilhadas na internet como se fossem verídicas, principalmente através das redes sociais.

Uma vez que as oportunidades são poucas e diferentes na distribuição das quotas de fala, as entrevistas política reservam cotas mínimas para a fala direta da político e todo o resto do tempo é usado por apresentadores e repórteres para contrapor o assunto.
“A impressão de que o jornalismo ter se tornado muito espaçoso nas entrevistas é confirmada pelas medidas globais de rateio da amostra estudada, medindo-se por palavras ou por tempo de fala.Embora se note a diferença de comportamento entre, por exemplo, os apresentadores do Jornal Nacional e os do Jornal da Globo” explica o doutor.

Há de se esperar que a entrevista seja concebida de tal forma que o político tenha tempo, tranquilidade e todas as oportunidades necessárias para a apresentação de si mesmo, das suas ideias, da sua compreensão dos problemas sociais, da sua agenda, das políticas que deseja sustentar. O que acontece, contudo, pode estar bem distante deste objetivo.

Os jornalistas colocam os entrevistados em situações no qual o político não pode fazer abreviações nem frases curtas. Ele precisa ser o mais direto possível e procurar apresentar uma resposta honesta, sincera, sem manipulações e nem ajudas para poder argumentar.
O repórter, como não pode editar a fala do político em tempos reais no tradicional corte-encaixe-emoldura, ele tenta editá-la no curso da entrevista, e causar constrangimentos verbais imperativos, tais exemplos: “não foi exatamente o que perguntei, candidato”, “então, me explique também o fato A e B”, “gostaria de interrompê-lo para dizer que…’’, conforme explica o Professor Wilson Gomes no artigo.

A mídia proporciona mais acesso aos políticos, suas propostas, modo de governar, enfim, conhecer melhor o representante desde que trabalhando de forma honesta e seguindo os princípios do jornalismo (objetividade, verdade, comunicabilidade, credibilidade ). Os meios de comunicação de massa, invadiram praticamente todos os lares e exercem uma grande influência no modo de viver e pensar das pessoas.