Caiman é um projeto criado e desenvolvido pelo Instituto Marcos Daniel em parceria com a empresa ArcelorMittal Tubarão. Iniciou-se efetivamente em 2014 e tem como objetivo a pesquisa e a preservação do Jacaré-do-papo-amarelo no Espírito Santo. A origem do nome Caiman é devido ao nome científico da espécie: Caiman latirostris. Das atividades desenvolvidas no projeto incluem pesquisas, manejo e educação ambiental.

O programa destina-se em conhecer mais sobre a vida e a saúde dos Jacarés-de-papo-amarelo, espécie símbolo da biodiversidade do Estado. Inclusive, o Presidente do projeto, Marcelo Renan, 45 anos, afirma que um dos objetivos é avaliar o status populacional da espécie.
Nós verificamos que a população de jacarés nos ambientes naturais tem diminuído por causa da caça e da perda de habitat. Por isso se tornou comum encontrá-los cada vez mais próximo das cidades. E essa mudança ecológica demanda um estudo para poder entender o que está ocorrendo e, assim, tomar as medidas adequadas para manter essas populações no seu ambiente natural.
Marcelo Renan
O jacaré, atualmente, não está listado como uma espécie ameaçada de extinção. Contudo, a Mata Atlântica, habitat natural dessa espécie, encontra-se seriamente ameaçada, impactando diretamente na vida de outros animais silvestres, podendo resultar em um cenário de extinções. Se os jacarés desaparecem de um determinado local, todos os outros animais e o próprio ambiente sofrem alterações, pois ele é fundamental para o equilíbrio dos ecossistemas.

Atualmente, existe aproximadamente 7% da Mata Atlântica e a existência dos jacarés nesse habitat é necessária por ele influenciar ao longo de sua vida em todas as etapas da cadeia alimentar, chegando em um predador de topo de cadeia. A estudante de medicina veterinária e estagiária do projeto Brenda Ferraz, 19, afirma que essa fragmentação da Mata Atlântica, desencadeada pela ação humana, é um dos principais motivos que os jacarés e outros animais existentes percam seu habitat natural, os tornando vulneráveis à caça.
Antes existia uma grande mata e, então, começou uma expansão urbana com a criação de casas, de prédios, de rodovias, da agricultura e da pecuária, impulsionando uma drástica diminuição da Mata.
Brenda Ferraz
Contribuir com a preservação da espécie está diretamente relacionado à conservação da Mata Atlântica e isso é uma das principais motivações para a criação do projeto. Desmatamento, redução de habitat, poluição, uso intensivo de agrotóxicos, esgoto doméstico e industrial, doenças, caça e atropelamentos são ameaças constantes para a espécie, que possuem a capacidade de colonizar ambientes urbanos.

No caso de encontrar algum Jacaré-de-papo-amarelo em alguma rodovia, estrada, avenida e algum lugar urbano ou rural, o Projeto Caiman faz o resgate do animal, atuando na captura, avaliação e soltura em local adequado. Para isso basta acionar o Projeto Caiman pelo número (27) 99818-3188.
Os jacarés não são perigosos, pois têm medo da presença humana. Contudo há situações em que os jacarés podem atacar as pessoas: quando estão acuados e quando estão defendendo o território, ninho e filhotes. O veterinário Marcelo Renan indica para não tentar de forma nenhuma capturar o animal.
O jacaré não vai atacar ninguém se ele não for importunado. Então, a melhor ação é não fazer nada, chamar o projeto e não tentar capturar o animal.
Marcelo Renan

Localizado no antigo Parque da Fazendinha, em Jardim Camburi, Vitória, o Projeto Caiman está aberto ao publico de terça a domingo das 8 às 17 horas.
Curiosidades sobre a espécie
- O nome “Jacaré-do-papo-amarelo” é por conta do animal ter a barriga e o papo na coloração amarela, o diferenciando das outras espécies
- No Brasil existe seis especies de jacaré porém no estado existe apenas a do papo amarelo
- É um animal de porte médio, e pode atingir até 3,5 metros de comprimento e pesar 100 kg
- É um animal presente na cultura popular brasileira em seus mitos e folclores, como, por exemplo, a Cuca do Sítio do Pica-Pau-Amarelo.
