Saulo Ribeiro
Sorrisos, lágrimas e muita fé marcaram o Auto da Paixão de Cristo na escadaria do Santuário Basílica de Santo Antônio, em Vitória. Um espetáculo de muita luz, dramatização e até show pirotécnico encantaram o publico presente. A dramatização dirigida e produzida por Marcia Gaudio mostrou em 32 partes a juventude, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo. A peça contou com a participação massiva de jovens voluntários, desde a produção até o grande espetáculo, que aconteceu na Sexta-feira da Paixão.
A peça, após três anos sem ser realizada devido a falta de patrocinadores, voltou a ser apresentada com muito esplendor. Neste ano a Secretaria Municipal de Cultura (Semc) ajudou a trazer o projeto de volta a escadaria que foi o palco de toda a vivência dos atores e a emoção dos telespectadores.

O padre Roberto Camillato relata que festas religiosas têm somente diferença das outras festas porque são religiosas e por ter relação com a fé do povo. Para ele ainda é essencial o estímulo e o apoio dos meios de comunicação e da iniciativa privada para a realização desses eventos.
“Os eventos religiosos, que tem haver com a Fé do povo, são essenciais e têm de ser estimulados, aprovados e apoiados pelos meios de comunicação e pelas autoridades constituídas. Isso agrega e une, pois precisamos de lazer e manifestar o nosso crer”
Pe. Roberto Camillato
O jovem voluntário Felipe Machado Araújo deu vida a um Soldado Romano em vários momentos do Auto da Paixão, como: Palácio de Herodes, Matança, túmulo de Lázaro, Sinédrio, Pretório e Crucificação de Cristo. Para ele, atuar no Auto da Paixão é uma ótima vivência.
“Foi uma experiência maravilhosa, não só como papel de soldado, mas como qualquer outro. É uma ótima vivência. E quem tem vontade de atuar no próximo ano, nem que seja amador, pode vir sem medo”
Felipe Machado Araújo


E assim como Jesus visitou Marta e Maria, Antônio da Conceição que é morador de Vila Velha, no bairro Glória, quis ver de perto, mesmo com dificuldade, a encenação que até então só via de casa. “Eu só assistia pela televisão. Depois de três anos sem ter a festa, decidi vir assim que soube que estavam precisando de voluntários. Fazer parte e ver pessoalmente essa história é sensacional”, diz o fiel com muita convicção.

Guilherme Pimenta é ator e estudante de dança. Ele participou da abertura com o balé e, logo depois, interpretou José, pai do menino Jesus, no Auto da Paixão de Cristo.


Rayane Rosa foi o anjo da anunciação, o Gabriel. Ela esteve presente em momentos cruciais da peça, tais como: a Anunciação, Cortejo da Estrela Guia, Fuga para o Egito e Domingo de Ramos. Rayane se diz privilegiada em poder dar representatividade a tanta gente. “É cansativo, mas é gratificante. Para mim é um privilégio estar podendo representar tanta gente e seguir com a tradição da família, pois todo mundo lá de casa já participou do Auto da Paixão”.

Wiviam Rivana Santos pôde na noite de sexta-feira estar na pele e nas roupas de uma Odalisca. Com muita dança e carisma, ela apareceu no palácio de Herodes. Para Wiviam, que participou pela primeira vez diretamente, foi muito bom e gratificante. “Sempre participei indiretamente, porém esse ano estive como Odalisca”, diz a jovem.
Markus Konká é um ator renomado do Espírito Santo e também faz parte do espetáculo como Capeta Mor. Ele aparece em muitos momentos da via sacra, mas o ponto auge foi a Tentação de Cristo no deserto. A participação dele contou com um aparelho pirotécnico para completar o personagem.
Konká diz que participa desde a primeira edição e que sempre é um prazer fazer o Auto. “Participo desde a primeira edição e faz três anos que ela não acontece. É um prazer, pois não tem espaço para atores aqui em vitória. Acho o trabalho da comunidade muito legal e a proposta do auto contempla as pessoas que fazem parte da Basílica de Santo Antônio”.


Luís Galvão emprestou seu dom de atuar para o personagem mais importante da peça e do Cristianismo, Jesus Cristo de Nazaré. Em muitos momentos da peça, a narração foi interrompida por aplausos, declarações de amor e fé ao senhor Jesus. A emoção das pessoas era tanta que elas se deixavam acreditar que não era só uma peça.
Luís conta que é um processo cansativo e que o tempo passado como Jesus Cristo é único. “Pra mim é um momento único, ainda mais no tempo em que vivemos hoje. Foi uma ação maravilhosa e um cansaço prazeroso depois de ver uma missão cumprida. Estou feliz, alegre, estou em paz”, disse Luís muito empolgado após o término da última cena, que é a ressurreição de Cristo, realizada ao alto do Santuário Basílica de Santo Antônio.
Foto: Saulo Ribeiro/Lacos – Núcleo de Audiovisual Foto: Saulo Ribeiro/Lacos – Núcleo de Audiovisual Foto: Saulo Ribeiro/Lacos – Núcleo de Audiovisual Foto: Saulo Ribeiro/Lacos – Núcleo de Audiovisual Foto: Saulo Ribeiro/Lacos – Núcleo de Audiovisual Foto: Saulo Ribeiro/Lacos – Núcleo de Audiovisual