
Daniela Esperandio
Os pandas são animais famosos no mundo. Eles chamam a atenção por serem pacíficos e, também, por se relacionarem facilmente com os humanos. De acordo com o portal especializado em biologia Green Me, eles pesam entre 75 e 160 kg e, para aqueles que vivem em cativeiro, a expectativa de vida é de 35 anos.

Naturais da China, os pandas já estiveram em risco de extinção, mas, atualmente, o quadro mudou segundo o Relatório da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN). De acordo com uma matéria produzida pela BBC News em 2016, essa mudança de categoria dos ursos se deu pelo aumento e pela conservação de florestas de bambu, essencial para o animal que precisa se alimentar de 12 a 38 quilos de bambu por dia.
A falta de florestas de bambu foi um dos motivos para a diminuição da população de pandas, porém outro fato também pode ser considerado como empecilho para tornar as gerações do animal estáveis: a dificuldade de reprodução. Segundo a matéria publicada pelo jornalista Ferris Jabr no portal Scientific American, a panda fêmea só entra em ciclo fértil uma vez por ano e os machos só se relacionam com parceiras que realmente gostarem. Jabr afirmou que os pandas têm o menor período reprodutivo entre os mamíferos.

Devido a isso, chineses optaram por ajudar na reprodução dos animais, fazendo-a de modo artificial. Um caso, por exemplo, e que foi publicado pelo O Globo, aconteceu em 2015, em que dois filhotes pandas gêmeos e fêmeas nasceram no Centro de Pesquisa Chengdu, na China. A mãe deles, Ke Lin, tinha sete anos quando deu à luz aos bebês. Eles foram gerados por meio de inseminação artificial, já que a panda rejeitava os parceiros.
Babás para os fãs de bambu
Os cuidados com os pandas existem para garantir que o habitat deles seja preservado e, também, de multiplicá-los cientificamente. Os chineses investem na proteção de tais mamíferos ao ponto de babás cuidarem deles todos os dias do ano.

Ser babá de panda é uma profissão real exercida no Centro de Pesquisa e Conservação do Panda Gigante. O trabalho, de acordo com o portal China Daily, é o de cuidar dos animais durante o dia todo, todos os dias do ano, por um salário de 32 mil dólares anuais, além de acomodação e alimentação inclusos. A escolha da babá, porém tem algumas exigências: a pessoa precisa ter 22 anos ou mais, ter boa escrita e técnica em tirar fotos.
Mesmo com o salário alto, a matéria do China Daily informou que 80% dos cuidadores faz o trabalho de forma voluntária. Talvez seja porque o animal é um símbolo do país e, também, porque cuidar de tais mamíferos é uma oportunidade, afinal numericamente não estão em extinção, porém continuam sendo raros e em pequena quantidade. O trabalho de babá dos ursos também dá a oportunidade dos cuidadores de se fantasiarem de panda para fazer com que os bebês da espécie aprendam a se virar sozinhos.

O serviço das babás é bastante conhecido na internet. No Youtube, vários vídeos dos ursos com os cuidadores são divulgados e muito acessados. Um deles mostra uma cuidadora limpando a área em que eles ficam e os animais não param quietos, bagunçando tudo o que ela havia organizado. O clipe, postado em 2016, possui quase 14 milhões de acessos.

A Época Negócios divulgou que pesquisadores do Centro de Pesquisa e Conservação da China para Pandas Gigantes criaram um aplicativo de reconhecimento facial. O objetivo de tal tecnologia é reconhecer os ursos individualmente para a obtenção de dados mais precisos como, por exemplo, a idade e o gênero. A ideia é de utilizar o recurso com os ursos que ficam em áreas selvagens e de difícil rastreamento e, assim, acompanhar a vida deles.