Noite de oração pelos filhos reúne fiéis no Campinho
Eduarda Neves e Vinícius Antunes
Noite de Oração no Campinho do Convento, em Vila Velha, com a participação do Movimento de Mães que Oram pelos Filhos, um grupo constituído apenas de mulheres que acreditam que tudo pode ser mudado pela força da oração.
De acordo com a coordenadora do movimento, Angela Abdo, a Festa da Penha é uma festividade que aborda vários segmentos para os jovens, homens, mulheres, entre outros, e o objetivo é que as mães sejam representadas como mães e parte da sociedade.
A história do grupo que iniciou quando a filha de Ângela Abdo recebeu um exemplar do livro “Todo filho precisa de uma mãe que ora”, escrito por Fern Nichols e Janet Kobobel, e solicitou à mãe que começasse a orar pela família. Foi então que Angela iniciou o projeto e se encarregou de convidar outras mães a participarem. De acordo com a sobrinha de Ângela, Aline Eisenlohr, rezar pelo filho na verdade é uma forma de unir toda a família em um mesmo projeto.
Quando você reza pelo filho, você está reestruturando toda uma família, porque acaba fazendo a família fazer parte desse movimento junto
Aline Eisenlohr
Angela também explica que a importância do Movimento das Mães que Oram pelos Filhos dentro da Festa da Penha é a representação que as mães têm dentro da sociedade .
A Festa da Penha aborda vários segmentos como encontro de casais, homens, mulheres e nós representamos uma parte da sociedade que são as mães, e mães que têm grande dificuldade no mundo de hoje
Angela Abdo
Além disso, acredita que tudo é mudado pelo poder da oração. “Em um mundo onde só se fala em tristeza e desesperança, nós trazemos alegria, nós trazemos esperança, porque a gente acredita que tudo é mudado pela força da oração”, explica ela.
Em entrevista, o Frei Paulo Roberto Pereira, Guardião do Santuário Nossa Senhora da Penha, reforça a ideia do poder existente na oração e afirma que a atitude de orar por alguém nada mais é do que uma atitude de amor por parte de quem ora.
A oração por alguém é sempre uma relação de afeto, cuidado e zelo, e a oração que fazemos pelas outras pessoas tem um poder muito grande
Frei Paulo Roberto Pereira
De acordo com o Frei, há também uma relação entre a Virgem Maria como mãe e as mães que rezam por seus filhos, pois ambas demonstram cuidado e zelo pelos seus.
No capítulo cinco do livro de Tessalonicenses, o apóstolo Paulo afirma que o homem é formado por um tripé: corpo, alma e espírito. “[…] E que ele conserve o espírito, a alma e o corpo de vocês livres de toda mancha, para o dia em que vier o nosso Senhor Jesus Cristo”. A partir dessa ideia, o padre Anderson Gomes, diretor espiritual do Movimento de Mães que Oram pelos Filhos, destaca a importância da espiritualidade para o ser humano, sendo esta necessária para o crescimento de cada indivíduo. “A espiritualidade é necessária no desenvolvimento da pessoa humana”, afirma ele.
Para o padre, uma pessoa considerada bem desenvolvida é aquela que cuida de todas as três partes que representam a pessoa humana, não apenas cada parte individualmente. Além disso, ressalta a sede constante do homem em preencher o vazio existencial, cuja oração é a melhor forma de alcançar esse estado.
Todo ser humano tem sede de algo transcendental. O vazio existencial do homem de hoje é a não busca pela espiritualidade e a oração é uma forma de preenchimento da nossa existência
Anderson Gomes
No evento de oração no Campinho houve também a participação de mulheres que compõem parte do projeto Ecos do Convento, uma iniciativa de preservação permanente que surgiu a partir da reflexão e experiências do cotidiano vivido pelos Freis e visitantes do Convento. O programa foi criado com o intuito de difundir as boas práticas, as atitudes em prol da conscientização, entre outros. Após o Papa Francisco definir que em sua encíclica Laudate Si, uma carta circular em que o pontífice critica o consumismo e o desenvolvimento irresponsável, todos os seres viventes louvem e cuidem da natureza, o Convento seria o local desse cuidado com a natureza.

Conheça a história do Movimento Mães Que Oram Pelos Filhos
O Movimento Mães Que Oram Pelos Filhos começou após a filha de Angela Abdo, Vanessa Campos Ferreira Menin ler o livro “Todo filho precisa de uma mãe que ora” e foi a partir disso que Vanessa pediu à mãe para que começasse a reunir a família para rezar.
Depois a ideia de interceder pelos filhos começou a ser difundida em um grupo de outras seis mães. Em 30 de março de 2011 o Grupo de Mães da Paróquia São Camilo de Léllis viu a necessidade de mães que profissionalmente possuíam sucesso de preencherem um vazio dentro delas mesmas. Com isso já eram cerca de 20 mães orando por seus filhos.
O objetivo inicial era buscar apoio e nortear os filhos dentro da educação religiosa. Gradativamente o Movimento foi aumentando. Participantes foram se mudando para outros lugares do mundo e lá criando novos grupos de orações, mas a propagação nacional veio em 2014 quando a Canção Nova lançou o livro “Mães que oram pelos filhos – Tudo pode ser mudado pela força da oração”. Por causa da grande abrangência do canal de televisão e pela qualidade do livro começaram a surgir vários grupos de oração Mães que Oram Pelos Filhos por todo o Brasil. Hoje o Movimento Mães Que Oram Pelos Filhos é reconhecido pela Arquidiocese de Vitória. Para Angela Abdo, o futuro do Movimento está nas mãos de Deus.
“A gente trabalha muito com os planos de Deus. Quando eu fui aos Estados Unidos eu não tinha o plano de abrir um grupo. Eu fui para lá por causa de uma palestra profissional. Conheci as pessoas e o Movimento explodiu. Duas mães eram do grupo e foram transferidas. Uma funda em Dubai-EAU e a outra funda em Hong Kong. Então não existe um plano específico na parte de gestão”
Angela Abdo