Seu Jeferson: o senhor alegria

Vinícius Antunes

Jeferson Martins Lopes, 59 anos, nasceu em Ipanema, Minas Gerais e, desde 2013, trabalha no Campus da Avenida Vitória da FAESA Centro Universitário. São seis anos esbanjando simpatia e espalhando os famosos bom dia e boa tarde pelo pátio e corredores da faculdade.

O local da conversa não podia ser outro: um bar. Lugar que tem tudo aquilo que mais gosta: Boa conversa, cerveja gelada, aperitivos, pagode e sertanejo. Seu Jeferson, como é conhecido pelos alunos da FAESA, atua no setor de operações da Instituição de ensino, e trabalha na limpeza da área externa e reparo das plantas e flores do Campus.

Acordar, de segunda à sexta-feira, às 3h45 não é uma tarefa fácil, mas, para Jeferson, é normal, pois gosta do que faz e trabalha alegremente todos os dias. O trabalho começa bem cedo, às 5h30. Sua função é deixar o ambiente o mais agradável possível para os alunos do Campus Vitória. 

O expediente encerra às 14h30 e esse é um dos fatores que o deixa feliz ao trabalhar na Instituição. Ele diz que não enfrenta congestionamento na ida ao serviço e tampouco na volta para casa, localizada em Rosa da Penha, Cariacica. Jeferson mora desde 1972 na mesma residência, desde quando chegou ao Espírito Santo, com 12 anos. Até hoje nunca trocou de CEP.

Mãe

“Ver”: era o modo carinhoso pelo qual Dercilia Martins Lopes, a mãe, o chamava. O terceiro filho de Dercilia optou por não se casar para cuidar dela. Os dois moraram juntos até 2009, quando ela sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) e faleceu depois de 15 dias internada. 

Jeferson relatou, com os olhos cheios de água, que, no dia da morte da mãe, iria ao hospital visitá-la. Quando foi tomar banho, observou que o espelho do guarda-roupas dela estava prestes a cair e, sendo assim, o retirou, colocando-o escorado à parede. Após finalizar o banho, ouviu o espelho quebrar e foi nesse momento em que pensou: “mamãe faleceu”. Minutos depois, quando já estava a caminho do hospital, recebeu a triste notícia do falecimento da mãe.

Posteriormente à perda de uma pessoa tão especial, a tia Euzi o adotou como filho e, hoje, “Gordinho”, como é conhecido no bairro, faz questão de visitá-la todos os dias.

Felicidades

Seu Jeferson gosta de ir ao bar, tomar uma cerveja gelada e falar da vida alheia ao som de uma boa moda de viola ou de canções de Bezerra da Silva, Martinho da Vila e Zeca Pagodinho. Ele não é muito fanático por futebol, porém se considera torcedor do Vasco da Gama e do Rio Branco.

Outras diversões do sorridente Jeferson são: ir à casa da irmã na Ponta da Fruta, em Vila Velha, para descansar e dançar nos forrós da região de Rosa da Penha. Em nenhum desses momentos de lazer, ele exagera: “primeiro vem a obrigação e depois a diversão”.

Quem não gosta de uma comida bem-feita não é mesmo? Com Jeferson, não é diferente. Ele adora saborear macarrão com galinha caipira, feijoada, frango ao molho com polenta e quiabo, linguicinha frita e torresmo.

O que deixa Seu Jeferson com um sorriso de orelha à orelha é trabalhar na FAESA, mas, principalmente, receber um elogio do patrão. Ter esse reconhecimento é fruto do trabalho bem-feito em prol dos demais funcionários e dos alunos da FAESA.

O aluno é a prioridade

Seu Jeferson

Trabalho

Aos 17 anos, o batalhador Jeferson começou a trabalhar como representante de editoras de livros, a Enciclopédia Orgânica e a Brasília Editora. Foram dois anos rodando o interior do Espírito Santo, vendendo livros e mais livros. 

O emprego no qual Seu Jeferson ficou mais tempo foi como segurança de carro-forte da empresa Servitran e, novamente, percorreu o Espírito Santo para transportar com segurança grandes quantias em dinheiro. 

Moleiro, ajudante de pedreiro e dono de bar foram algumas outras profissões que teve até tornar-se auxiliar de serviços gerais na FAESA. Dentre tantas profissões, aquela de que mais gosta é a que exerce no momento, já que, além de gostar do que faz, a FAESA lhe proporciona momentos muito especiais.

No final do ano de 2018, deixou a barba crescer e se transformou no Papai Noel da FAESA. Assim, realizou a entrega de presentes para muitas crianças. Dentre tantas, duas lhe chamaram a atenção. A primeira foi um garotinho que tinha deficiência visual e pediu para tocar a grande barba natural de Jeferson com a finalidade de sentir como era uma barba de Papai Noel. A segunda foi uma menina que possuía doenças e que todo o corpo estava enfaixado. Mesmo assim, ela quis sentar no colo do bom velhinho. “Isso me marcou demais. Vai ficar marcado para sempre”.

O Natal está chegando e, junto com ele, o momento de Seu Jeferson tirar a roupa de papai noel do armário, arrumar a barba, o trenó e as renas para trazer, novamente, o espírito natalino à FAESA. Confira agora o vídeo produzido pela TV FAESA, no ano de 2018, que mostra o momento no qual o Seu Jeferson faz a alegria das crianças.


Natal na Faesa em 2018 (Fonte: Reprodução/ Núcleo Audiovisual)

Edição: Diogo Cavalcanti

Foto de Destaque: Vinícius Antunes

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