Pollyana Cuel
Era um dia normal ou apenas parecia ser. Acordei desanimada, pois já estava saturada da mesmice em que vivia no trabalho. Todo dia as mesmas tarefas e eu não aguentava mais. Eu percebi que precisava ir além das minhas capacidades e era preciso me destacar para subir de função. Coloquei a roupa, tomei o meu café e na hora vi que meu tênis preto estava com um risco e, como boa virginiana, não aguentei, precisava fazer algo. Passou um tempo e eu estava prestes a desistir. Então, olhei em minha volta e achei uma caneta permanente, pintei o risco e deu certo!
Ao chegar ao trabalho, as mesmas tarefas. Era um ambiente estranho. O chefe deixava claro que ele queria criatividade e inovação, mas não era bem assim. Era ao contrário: silencioso, sem conversas, com regras e cada um com sua matéria.
Eu percebi que não conseguiria crescer ali se dependesse de tudo que era aplicado. Estava agoniada, não acreditava que já estava trabalhando há 3 anos em um lugar que achei que iria brilhar. Era o emprego dos meus sonhos… será que o sonho acabou?
Na hora do almoço, sai para comer com a única amiga que tinha:
– Any, eu não tô suportando trabalhar aqui. Eu sinto que tudo que eu tinha de bom, intenso, criativo, está bloqueado!
– Flora, eu te entendo, mas me sinto confortável assim. Acho ótimo só precisar fazer o que se pede – comentou a amiga.
Flora estava indignada com isso e continuou:
– Ah, não! Como pode? Tínhamos tantos desafios na faculdade, conhecemos coisas tão diferentes do nosso mundo…
Any não soube responder. Depois de terminarem a refeição, Any falou como se quisesse encerrar o assunto:
– Por que você não sai? Você sempre teve essas ideias doidas mesmo. – Isso foi tudo que Flora precisava ouvir.

Horas se passaram e mais um dia comum acabou.
Eu precisava compartilhar os meus pensamentos para meu chefe. Estava me sentindo sufocada! Fui à sala do temido José Felipe. Todos sabiam da sua fama e não era a das melhores. PÁ! Abri a porta com força:
– Que isso, perdeu a educação?
– Eu tive algumas ideias e preciso te contar
– 2 minutos. Nem a mais, nem a menos.
– Ótimo! E se a gente fizesse uma interatividade nas redes sociais? – disse empolgada, afinal a empresa não estava ligada nas novidades. Ele era tão tradicional…
Um silêncio ficou no ar…
– Você sabe que somos uma empresa tradicional e nós fazemos jornal impresso. Esse negócio de rede social nem serve.
– Mas, chefe… – Ele me interrompeu antes que pudesse terminar:
– Dispensada.
Eu estava com muita raiva. Ninguém me escutava e algo dizia que a interação nas redes sociais era o futuro. Respirei fundo, sai da sala e terminei meu trabalho. Antes de ir embora, tomei uma decisão:
– José Felipe, licença.
– Você de novo. Fala!
– Quero demissão. Vou abrir minha agência de redes sociais.
– Isso não vai dar em nada, Flora. O jornal impresso não vai morrer!
– Daqui dois anos você vai vir ser meu cliente. – afirmei.
– EU? – Riu José.
– Ria… Você vai ser meu cliente e ainda vai pagar caro. Vai notar a necessidade que será ter meu trabalho na sua empresa. Caso contrário, bom…
Dois anos se passaram…
– Alô, Flora? – perguntou gaguejando.
– Sim. Eu disse que você me procuraria José Felipe. Se preocupa não… pra você, eu faço um desconto.
>>> Esse texto faz parte de uma série de produções opinativas sobre Jornalismo e Criatividade feitas por estudantes do 8º período de Jornalismo da Faesa Centro Universitário. As produções tiveram a orientação do professor Victor Mazzei dentro da disciplina de Criatividade e Processos Criativos.
Me identifiquei com a flora sempre com um olhar holístico e com garra para o crescimento
Parabéns
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