Carolina Campos, Ian Arimatéia Santos e Kelvin Pereira Santos
Atualmente, muito se fala sobre representatividade cultural, mas, de fato, por qual motivo esse assunto tem sido tão discutido e que mudanças podem trazer para o cotidiano da sociedade e para as futuras gerações?
A cultura pop e geek, que envolve o universo dos quadrinhos, filmes e séries, tem se tornado cada vez mais comum, principalmente entre as crianças. Falar sobre super-heróis e seus combates não é algo específico de um só público. O que antes era voltado a “meninos nerds”, tornou-se popular em uma escala mundial.

Um exemplo é o filme “Vingadores – Guerra Infinita”, que chegou a arrecadar 2,798 bilhões de dólares. Muitos foram os fatores que contribuíram para o sucesso da trama: o desenvolvimento dos personagens, a história comovente de cada um, a ligação em que a trilogia teve em todos os momentos e outros mais. Com isso, não pode-se deixar de citar a representatividade que está escancarada em todos os arcos.
O filme coloca negros e negras em posições de poder e prestígio. São super-heróis. E é exatamente nesse ponto que grandes produtores viram a oportunidade de alcançar e conquistar um grande público. Segundo os autores Kalina Vanderlei Silva e Maciel Henrique Silva, na obra “Dicionário de Conceitos Históricos”, imagens são construídas na memória coletiva a partir da forma como as pessoas, em seus grupos sociais, entendem o cotidiano ao seu redor, ou seja, da noção de representação.

O conceito de representação, por sua vez, está em íntima conexão com a do imaginário e diz respeito à forma pela qual um indivíduo ou um grupo vê determinada imagem, determinado elemento de sua cultura ou sociedade. Assim, é de extrema importância conseguir se encontrar e se espelhar em quem mais admiramos, principalmente pessoas com características semelhantes a que encontramos em nós mesmos.

Mas como posso me sentir representado em um padrão que jamais identifiquei em locais importantes? Se quando procuro por personagens negros, os vejo como coadjuvantes, ajudantes ou até mesmo vilões? Esse é o paradigma que grandes produtores têm quebrado. Quando falamos de um movimento em prol dos negros, que vem de uma longa história de escravatura, não é de se espantar que ainda há pessoas que acreditam ser somente um encaixe de cotas raciais. Seres preconceituosos que ainda não entendem o sentido da palavra igualdade.

A universitária Bruna Silva da Hora Rocha ressalta que a identidade é um processo que não se desenvolve sem uma relação mútua entre o indivíduo e o meio social, ou seja, eles precisam coexistir e se relacionar. Precisa existir, então, uma troca. ” A identidade é formada por experiências do cotidiano e, principalmente, pelas experiências dos grupos que fazem parte da sociedade”.
Consumo
Sabendo, então, da importância da representatividade, precisa-se refletir diante do consumo. O que consumimos reflete a imagem do mundo igualitário e representativo que queremos fazer parte? Cada vez que novas propostas surgem com a finalidade de mostrar que todos os seres humanos têm direitos iguais, cabe aos cidadãos conscientes divulgarem e fazerem o uso de determinados produtos ou serviços que indiquem essa inclusão social.
A movimentação de consumo de produtos voltados, por exemplo, para o público negro, traz a oportunidade para que outros projetos possam ganhar força e, assim, uma nova cultura possa ser implementada. Ensinamentos trazidos de infância tem um poder maior de absorção. Em outras palavras, quanto mais cedo crianças aprendem sobre a igualdade social, maiores são as chances de que cresçam sem preconceitos.
O racismo, assim como qualquer outra discriminação, deve ser levado a sério. Os cinemas, as HQ’s, as animações e os livros, tudo está sendo moldado. Aos poucos todos estão trazendo grandes heróis de muitas etnias e culturas com novas e grandes histórias. Esses heróis ensinam que no mundo todos podem ser protagonistas dos próprios sonhos.

>>> Esse texto foi produzido por estudantes do 6º período de Publicidade e Propaganda da FAESA Centro Universitário. A produção teve a orientação do professor Felipe Dall’Orto dentro da disciplina “Publicidade em ambientes digitais”.
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Edição: Isabela Wilvock